As novas tecnologias vieram para trazer avanços significativos para a vida da humanidade. Mas nem sempre isso acontece. Elas podem facilitar o trabalho de golpistas que dominam essa área e acarretar inúmeros prejuízos para empresas e pessoas.
No último dia 19 de fevereiro, muitos brasileiros se assustaram com o maior vazamento de dados da história do País, que expôs informações confidenciais de 223 milhões de brasileiros. O susto se justifica, pois a quantidade de informações expostas pode facilitar a aplicação de golpes e fraudes.
Sempre que estamos diante de um problema novo e desconhecido, o melhor remédio é informação consistente para guiar os nossos passos. Não adianta nada ficar com medo e insegurança, sem saber o que fazer e se afastar das novas tecnologias, tão essenciais nos dias de hoje.
O IPPE selecionou as informações mais importantes que você precisa saber para se manter protegido sem abrir mão do uso das novas tecnologias no seu dia a dia.
Dados vazados
- 223 milhões de CPFs, incluindo nome, sexo e data de nascimento;
- endereços;
- números de telefones;
- dados de veículos (placa, número de chassi etc);
- informações sobre CNPJs (razão social, nome fantasia e data de fundação);
- detalhes sobre Imposto de Renda;
- fotos de rosto;
- benefícios do INSS;
- informações de servidores públicos;
- escolaridade;
- cadastros do LinkedIn;
- dados financeiros (score de crédito, cheques sem fundo e renda, entre outros).
Quais riscos você corre
Todos estão sujeitos a vários golpes que poderão ser aplicados com os dados roubados. Os golpistas poderão cometer crimes se passando por você, poderão abrir conta em banco, sacar indevidamente o seu FGTS ou se inscrever em programas sociais usando documentos falsos com os seus dados. Essas são algumas das possibilidades.
Os criminosos também podem se passar por bancos, financeiras, empresas de telefonia celular, prestadoras de serviços e até mesmo o governo para fazer cobranças falsas usando seus dados.
Redobre a atenção
Agora que o vazamento já aconteceu, é preciso redobrar a atenção com e-mails, mensagens de celular, de WhatsApp, nas redes sociais.
Para diminuir os riscos e tomar todo cuidado, evite informar dados pessoais a sites não confiáveis.
Há como você saber se seus dados foram vazados. Basta acessar o site Fui Vazado e inserir seu CPF e data de nascimento para conferir se teve suas informações divulgadas na web através do megavazamento.
Diante desse grande vazamento de dados, todos pensam o que poderiam ter feito para proteger melhor suas informações. Mas antes de se culpar pelo ocorrido, é bom saber que a responsabilidade de proteger os seus dados é de quem os recebeu (empresas, governo, redes sociais etc).
Como foi o vazamento
As suspeitas apontam que os dados foram roubados da Serasa Experian, mas a empresa negou que o seu sistema tenha sido invadido. Outra hipótese é que o enorme banco de dados tenha sido formado com informações de vazamentos anteriores, incluindo acessos indevidos aos sistemas de empresas e órgãos públicos. Fato é que ainda não se sabe como aconteceu a ação do(s) hacker(s).
De acordo com a companhia que identificou o vazamento, as bases foram postadas por um cibercriminoso em um fórum online. Além da lista de CPFs disponibilizada gratuitamente, ele vendia o pacote de informações mais completo.
De acordo com o IBGE, o Brasil tem uma população estimada em 212,6 milhões de habitantes, atualmente. Já a quantidade de dados vazados indicou a exposição dos documentos de 223 milhões de pessoas. A explicação para essa diferença é simples: foram incluídos dados de pessoas falecidas.
Sobre a LGPD
A Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) foi criada com o objetivo de aumentar a segurança dos dados coletados na internet, exigindo a garantia da integridade deles, inclusive de informações mais básicas.
A legislação prevê punições como advertência e multa de 2% do faturamento anual da empresa envolvida em vazamentos como este, limitada a R$ 50 milhões. No entanto, as sanções só poderão ser aplicadas a partir de agosto deste ano.